Uma das minhas coisas mais latentes é que, desde criança, gosto de tentar entender quem sou.
Qual o meu caminho. Porque estou aqui. O que eu deveria fazer.
Se isso ficou claro o início não foi à toa. Essa é uma questão que toma conta da maior parte dos meus pensamentos.
Para mim, isso sempre foi fundamental, porque um dos meus maiores medos é chegar no fim da vida, olhar pra trás e rolar um grande facepalm: fiz tudo errado.
Mesmo assim, demorei muito, muito tempo mesmo, para finalmente aceitar as respostas que tive ao longo da vida.
É possível que eu pensasse tanto nisso, que me afastasse do meu objetivo?
Pode até ser, mas não posso dizer com certeza.
Por outro lado, reconheço facilmente razões que foram mais eficientes em me afastar do processo.
Afinal, a gente tem que fazer escolhas o tempo todo. Nem sempre são certas ou erradas – quando existe essa dicotomia.
No entanto, por mais projeções que façamos, os resultados rais só conhecemos depois. E nisso a gente se perde. Algumas vezes/sempre.
Imagino que com você já tenha acontecido.
Aquele momento em que você olha para toda sua vida, para o momento exato em que você está, e se pergunta:
será?
O ponto positivo é que estamos em um cenário onde o questionamento e a descontrução voltaram ao palco e lutam lado a lado das certezas e convicções.
Portanto, os caminhos e escolhas rumo à felicidade são cada vez mais mencionados. Discutidos de uma forma transparente.
E tenho aproveitado para ler, ouvir e conversar a respeito destes assuntos.
Você mesmo, inclusive, pode até já ter visto ou ouvido de várias outras pessoas o que tenho a compartilhar.
Ainda assim, gostaria de aproveitar a oportunidade de te falar sob meu olhar.
Quem sabe, exatamente agora, você precise ler esse texto. A vida é uma incógnita .
Talvez você encontre algo que te ajude na sua trajetória .
Afinal, são coisas que, certamente, teriam me ajudado na minha. Não se ofenda, sei que só há uma cópia de você no mundo.
Mas acredito que, embora cada um carregue sua própria história, os dilemas da humanidade seguem uma curva semelhante.
Ah! Adianto que decidi ser boazinha de novo (rere) e dar uma encurtada (obrigada, David).
Porque gostaria que você pudesse realmente processar a respeito de cada uma delas.
Então, decidi dividí-las em três partes e mencioná-las sob a abordagem de “erros”.
Também não há nenhuma ordem “estratégica” dos tópicos: estão exatamente conforme surgiram na minha memória.
Então, vamos lá, conhecer 3 dos 9 obstáculos ou erros que você ( ou alguém que precise desse artigo) pode estar vivenciando na procura de si mesmo.
1. Pressa, impaciência, intransigência
Eu já falei sobre essa questão da pressa e como isso foi/é problemático pra mim (e uma porção de gente).
Mas aqui estou falando de um outro tipo de pressa.
Entenda como quiser. Mas você sabe do que estou falando.
Daquele nosso jeitinho super especial de querer as coisas naquela hora.
Eu entendo: não evoluímos tão rápido quanto imaginamos.
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Sempre preservarmos um resquício do estilo egocêntrico e mimado, típico das crianças.
Antes de nos permitirmos pensar nas perguntas, queremos respostas.
E, quando elas não vêm, nos frustramos e desistimos de esperar por elas.
Ficamos de mal com o mundo, com Deus, com o universo, com o cosmos, com os astros.
Com o movimento das marés, com a mudança da lua e com aquele amigo cheio de sabedoria que se nega a responder como você queria: mastigadinho.
Até tentamos de outros jeitos. Perguntamos pra nossa mãe, pro vô, pra vizinha.
E terminamos putos quando cada um deles parece fazer parte de um acordo conspiratório para responder daquele jeito passivo-bundamolizado:
“tudo no seu tempo.”
Ou então aquele outro clássico:
“as coisas acontecem como têm que acontecer”
“Que tudo no seu tempo o quê! Tudo no meu tempo” — pensamos (ás vezes, falamos também, nem que seja para as paredes).
“Não tem nada disso das ‘coisas’ acontecerem ‘como têm que acontecer’. Que as ‘coisas’ não têm que ter é vontade ne-nhu-ma. As ‘coisas’ estão na minha vida. Minha vida, minhas regras!”
E assim a gente fica certão de que pode fazer tudo sozinho.
Que temos o controle remoto do mundo e de todas as coisas na palma da mãozinha. Só chora, bebê.
Enquanto você não entender isso, o cosmos, o universo, Deus, os astros, seu amigo sabiozão, sua tia, seu vizinho…vão seguir dando a mesma resposta, no máximo com suaves variações.
Você aprende, depois você ganha. Sempre foi assim, ué minha gente.
2. Distrações da vida e coisas mal-resolvidas
Mesmo que alimentemos dúvidas e questionamentos dentro de nós.
Mesmo quando aprendemos que desvendamos a vida aos poucos: o buraco é sempre mais embaixo.
Porque essa vidinha curta, é comprida o bastante para deixar rolar um monte de águas entre o momento que a gente nasce e morre.
Esse ‘e’ pequeninho ali é o grande barato – que pode sair caro.
Nesse espaço-tempo, passamos por uma porção de fases.
Descobrimos novos gostos e preferências, redefinimos prioridades, postura e estilo de vida.
Encontramos outras atividades prazerosas e pessoas com as quais queremos passar mais tempo.
Tudo isso é muito bom e merece ser aproveitado.
Mas precisamos saber voltar para ficar a sós com a gente mesmo.
—
Eu sei que você não quer dialogar com seus demônios mais assustadores. E que sentar a buzanfinha no sofá, para ver aquela nova animação do Netflix, é bem mais gostosinho.
Afinal, essas distrações, que fazem parte da vida e são maravilhosas, também são armadilhas muito eficazes.
E, como se as distrações naturais não fossem suficientes, decidimos criar mais algumas (ora, por que não?).
Por exemplo: de repente, podemos começar a “sentir” que “precisamos” trabalhar mais, dormir mais e ver mais séries .
Embora eu concorde que nenhuma delas é intrinsecamente nociva, é preciso cautela.
Todas são bem legais, desde que nas devidas proporções e no momento certo.
Então a sugestão é: pergunte-se constantemente sobre a natureza das suas distrações, e o quanto tem se lambuzado nelas.
Você pode descobrir que tá meio demais, e que talvez elas estejam sendo uma ótima muleta—ou uma deliciosa forma de fugir de algo mal-resolvido.
3. Absorção de projeções externas
Sempre tem alguém com quem você cruza no meio do caminho e fala, usando palavras diferentes:
“Não, não é por aí não. Vem na minha, que dá boa. Eu sei um caminho bem melhor.”.
Porque uma coisa é certa: o mundo está cheio de pessoas dispostas a te dizer o que você deve ou não fazer.
Inclusive está muito relacionado ao primeiro dos comportamentos nocivos que mencionei.
Portanto, eu não tenho dúvidas que, em grande parte, essa é uma postura bem-intencionada.
Mas quem acordará ao lado das suas escolhas todos os dias é você.
Nunca se esqueça disso.
Costumamos, desde crianças, absorver o que vemos e ouvimos .
E mesmo quando nem é direcionado a nós ou sequer percebemos, algumas coisas penetram na nossa mente e ficam ecoando. Inclusive já falei sobre isso aqui.
Talvez seja nosso instinto primitivo de sobrevivência. Ansioso para aprender sobre a vida, sobre o mundo, sobre como existir nele.
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Mas muitas destas coisas, quando internalizadas, podem afastar você do seu caminho.
É assim que as crenças limitantes começam:
“Você precisa ser forte; deixa de ser bunda-mole; isso é ridículo; é importante ter sucesso; você precisa entender que é um adulto e não pode mais ficar gastando tempo com essas coisas” — entre outras.
Só existe um colete salva-vidas. Como dizem, é preciso ser filtro, não esponja.
Eu sei: dificílimo, mas fundamental.
[…]
Bom por hoje é só (que coisa de radialista né?!). Mas à medida que for interessante, compartilho o restante.
Enquanto isso…E você? Já cometeu algum desses erros? Qual seu palpite dos próximos?
Se gostou, não deixe de compartilhar com aqueles que poderão se beneficiar!
Ainda estou refletindo sobre os comentários. Mas, pufavozinho! Me fala lá pelo instagram, por aqui, manda uma carta, um sinal de fumaça.
Me conta se isso fez sentido para você ou recomende outros “erros” que poderiam ser mencionados.
Ah! E se puder, me diz também se as práticas têm feito diferença ou se você sentiu falta delas em algum artigo. 😉